As lembranças de nossa infância são o que nos fazem felizes ou tristes. Tudo que acontece nessa época de nossas vidas fica marcado e define um pouco de nossa personalidade quando adultos.
Minha infância foi muito boa. Família pobre, mas batalhadora. Muitos irmãos, tristezas, alegrias...Normal.
Perdi um irmãozinho cedo, éramos muito ligados, por isso foi uma época difícil. Mas tudo que é sofrido serve de aprendizado. Talvez isso tenha me unido mais aos outros irmãos na época.
Minha mãe foi muito importante na minha infância. Um bolo, uma roupa nova, um caderno...Tudo tinha um brilho especial para mim, tão acostumada a dividir. Éramos em cinco crianças, mas ela sempre dava um jeito de deixar todos satisfeitos! Acho que todas as mães são assim, milagrosas!
Lembro que quando me disseram que iríamos mudar de estado eu fiquei apreensiva de início, mas logo fazia planos. Eu era muito tímida e previa algo de bom no meu futuro. Quem sabe o que o destino me reservava em terras tão distantes...
Rio Negro já tinha me feito um pouco melhor. Eram de lá as melhores lembranças!
Os passeios pela plantação de maçãs. Uma delícia!
A ponte de ferro...No dia 7 de setembro era um martírio atravessá-la. Morria de medo de marchar nela! Lembro que um dia a professora perdeu um dos sapatos na fresta de madeira, indo cair nas aguas escuras...Ui! Que medo! Nem reparei no constrangimento por estar descalça, com um pé apenas do calçado. Minha preocupação era que não tivesse nenhuma fresta grande o suficiente para me engolir feito o sapato nas aguas profundas.
Mas hoje, o que vem a mente é a alegria de viver naquele lugar! A escola, a professora, os amigos...A vida!
Não troco minha infância por nenhum momento de minha vida. Tirando o nascimento de meus filhos, claro...
Ah! Foi nessa época, bem pequena ainda, que decidi que seria escritora. Decidida eu hein, hehehe.
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