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sábado, 13 de março de 2010

Conheci, um capeta em forma de guri...hehehe

Sabe aquela pessoa que você conhece e no instante seguinte já sabe que vai ficar para sempre? Você foi assim.

Meu primeiro dia em Minas e fui abençoada! No primeiro instante que te vi pensei: "Ele estava me esperando".
Vocês vão pensar que eu era uma menina precoce, nada disso. Eu era uma criança. Brincava de bonecas. Eu tinha a famosa boneca Suzi, que minha mãe vivia enfeitando com roupinhas e acessórios. Coisas de mãe costureira!
Também brincava de cauboy, colocava um lenço no rosto para ser o bandido ou chapéu de mocinho.
Mas mesmo assim, bati os olhos em você e senti algo inusitado. Não compreendia direito, mas sabia que era bom. O mais delicioso disso é que, mesmo na minha inocência, eu sentia que era correspondida. De alguma forma você me olhava de uma maneira que me dava a certeza de que sentia o mesmo. Eu com doze e você quatorze anos de idade. Incrível!
Lembro que ficamos amigos, grandes amigos!



Iamos juntos para a escola e nas tardes, numa casa de um casal de idosos, que ficaram marcados na minha memória. Eram um exemplo do que eu idealizava de um casamento. Sempre apaixonados, um tomava conta do outro com muito carinho. Pior que ainda compartilhavam seus momentos com a gente, as crianças da vizinhança. Nos serviam café da tarde, deixavam que a gente jogasse baralho na sala ou assistisse TV. Quantas vezes eu brinquei naquele pomar nos fundos da casa!
Lembro que fiquei muito triste com a partida daquele lindo casal! Mas até nisso parecia que o destino conspirava, ele faleceu e dois meses depois ela se foi.
Bom, nossa amizade se forteleceu, mas permaneceu amizade. Afinal eu era uma menina ainda...
Ou então fantasiei a reciprocidade de sentimentos. Não sei...
O fato é que mudamos de cidade e perdi seu contato por algum tempo.
Cresci, namorei, formei no ginásio, deixei a menina para trás.
Voltei a encontrar você numa nova mudança de cidade. Reatamos a amizade, mas agora mais cuidadosa, tomava o cuidado para que não transparecesse meus sentimentos, afinal, não tinha certeza dos seus.
Todo mundo guarda uma lembrança de amores assim, eu tenho a minha. Nenhum beijo, nenhum abraço, apenas ficamos de mãos dadas durante um tempo numa festa. Essa lembrança ficou aqui no peito até hoje.
Lembro que um dia, uns vinte e cinco anos depois, tentei lembrar seu rosto e não consegui. Fiquei desesperada e pedi a Deus para sonhar com você a noite. Acho que ele atendeu, pois tive um sonho lindo e seu rosto nunca mais fugiu de meus pensamentos.
Uma coisa que não se deve fazer, esconder os sentimentos. Nunca saberei se foi amor ou apenas uma ilusão.
Nos distanciamos novamente e dessa vez foi para sempre, ou até hoje. Trinta anos!

Nesse tempo casei, descasei. Tive outro relacionamento. Tive filhos, me realizei profissionalmente, batalhei minha independencia, tive conquistas, perdas, mas nunca fraquejei. Sou uma vencedora!
Mas ficou no ar a dúvida do que eu poderia ter vivido com você...
O que provavelmente era apenas uma empolgação de adolescente, se tornou muralha aqui no peito.
Por isso aconselho as pessoas a nunca serem covardes. Vão atrás das oportunidades e se não tiver, crie uma, mas tente. Abra seu coração. Um dia você vai recordar e rir do NÃO ou saborear as lembranças que o SIM ocasionou.


Bom, esse foi meu amor platônico!

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